Cinco tendências de pagamento a serem observadas em 2023
Considerando a velocidade das inovações no mundo dos pagamentos, o panorama futuro do setor não pode mais ser analisado apenas uma vez a cada ano. Em nosso mais recente Visa Payments Forum, encontro anual de especialistas e líderes de pensamento promovido pela Visa para troca de insights e perspectivas sobre as oportunidades que estão surgindo no setor, selecionamos cinco tendências a serem observadas de agora até o final de 2023 e nos próximos meses.
1. As viagens de verão podem ser um grande negócio – especialmente onde há mais facilidade
As viagens globais vieram em um crescendo ao longo de 2023, preparando terreno para ganhos adicionais no verão. De janeiro a abril de 2023, as viagens para o exterior partindo de 63 dos 113 países sob a Visa International Travel Platform ultrapassaram os níveis de 2019.¹ Outros 95 países registraram índice de recuperação de no mínimo 75%, colocando a maioria dos países perto ou acima dos níveis de 2019.²
A demanda por viagens internacionais deve continuar forte nos meses de junho a agosto – temporada de viagens e verão no Hemisfério Norte. Algumas áreas, como a Ásia-Pacífico, foram reabertas. Mas a escolha do destino de viagem pode depender mesmo é da facilidade de acesso, já que evidências indicam que as pessoas estão viajando para locais com requisitos de entrada mais abertos. Por exemplo, a diferença entre os viajantes que optaram por Cancún e não por Las Vegas de 2019 a 2022 — cidades com índices de recuperação semelhantes em relação a 2019 — foi de cerca de 100.000 visitantes, o que provavelmente se deve ao fato de o México que não exigir vistos de turistas oriundos de vários países da região América Latina e Caribe (LAC).³
2. A sustentabilidade continua sendo prioridade para consumidores, investidores, reguladores e funcionários
As preocupações com a sustentabilidade continuam em alta, influenciando padrões de comportamento e consumo, decisões de investimento e prioridades corporativas.
Por exemplo, entre os consumidores, 66%⁴ acreditam que os CEOs devem agir em vez de esperar que os governos coloquem a sustentabilidade em primeiro lugar, e 43% dos clientes⁵ dizem que deixariam de comprar de empresas ambientalmente irresponsáveis.
A sustentabilidade também pode ter implicações financeiras e regulatórias. Um estudo constatou que 78% dos investidores institucionais consideram aspectos de sustentabilidade ambiental, social e governança (ESG, na sigla em inglês) ao avaliarem possíveis investimentos — e esse número que mais do que dobrou desde 2018.⁶ E, visto que 46% dos conselhos de administração classificam o risco regulatório como um risco empresarial crítico, iniciativas voltadas à sustentabilidade vêm se tornando formas proativas de mitigá-lo.⁷
Internamente, os funcionários também se mostram cada vez mais preocupados com a sustentabilidade, e mais de metade (62%) deles acreditam que as pessoas têm o poder de forçar mudanças em suas organizações.⁸ Na verdade, 50% dos funcionários se dizem mais propensos a levar suas objeções aos ouvidos da diretoria ou a participar de protestos no local de trabalho.⁹
3. As remessas transfronteiriças se digitalizam
A onda de transformação digital continua na movimentação internacional de fundos, tornando a experiência mais fácil, rápida e acessível para consumidores e empresas. Transações que permitem que um familiar envie dinheiro para casa ou que um autônomo seja pago pelo dia de trabalho rapidamente afetam significativamente a vida dos envolvidos.
No caso de remessas transfronteiriças, que permitem que cerca de 800 milhões de pessoas no mundo recebam aproximadamente US$ 800 bilhões a cada ano¹⁰, o impacto em potencial é gigantesco.¹¹
Parte desse espaço é ocupado por empresas tradicionais que têm uma forte rede de agentes para operações presenciais. Boa parte desses fluxos já foi automatizada, mas a última etapa ainda usa processos manuais. Porém, muitas fintechs e bancos tradicionais estão trabalhando para mudar isso. Alguns têm planos globais enquanto outros são mais específicos para a região; porém, todos querem oferecer remessas transfronteiriças que proporcionem uma experiência digital-first. Vários competidores digital-first vêm introduzindo grandes avanços e inovações.
4. No mundo dos criptomoedas, a tokenização de ativos é um grande negócio
Durante boa parte do ano, as manchetes relativas a criptomoedas foram centradas na instabilidade do mercado. Mas a tokenização de ativos poderia render matérias mais interessantes.
Na Visa, a tokenização está mais relacionada a credenciais de pagamento – a criação de um tipo de token substituto que funciona dentro de um determinado ecossistema, mas que os hackers não conseguem usar. Já no contexto das criptomoedas, a tokenização está relacionada à representação de um ativo – de moedas fiduciárias e títulos públicos a certificados de ações e valores mobiliários, passando por escrituras de imóveis e títulos de automóveis – em uma blockchain.
Cada ativo tokenizado tem um identificador digital exclusivo, que habilita seu rastreamento e monitoramento em tempo real. Se adotada em larga escala, a tokenização poderia expandir as modalidades de comércio. Com mais transparência, gerenciamento de risco automatizado 24/7 por meio de contratos inteligentes, portfólios dinâmicos e ganhos de eficiência inestimáveis, os bancos e o ecossistema como um todo têm muito a ganhar com esse desenvolvimento. E, visto que uma pesquisa do Boston Consulting Group sugeriu que a tokenização de ativos ilíquidos globais pode vir a representar um setor de US$ 16 trilhões até 2030,¹² essa certamente é uma tendência que vale a pena ser acompanhada de perto.
5. Os fraudadores ganham um superpoder: a inteligência artificial (IA) generativa
Talvez você tenha ouvido o caso do jornalista que usou um clone de IA da própria voz para acessar sua conta bancária¹³ ou do GPT4 que contratou uma pessoa para resolver um CAPTCHA.¹⁴ O fato é que as ferramentas de IA já fazem mais do que procurar receitas ou rascunhar um discurso e provavelmente serão cada vez mais usadas no cometimento de fraudes.
Tradicionalmente, os golpes realizados usando engenharia social sempre foram facilmente identificáveis pelo usuário médio. Saudações estranhas, nomes escritos incorretamente, erros gramaticais toscos, solicitações urgentes e confusas são indicadores comuns de um e-mail de phishing. Mas os avanços na inteligência artificial estão eliminando esses sinais mais gritantes, fazendo com que seja cada vez mais difícil para o usuário – inclusive profissionais técnicos – distinguir um e-mail legítimo de uma tentativa de phishing. Acreditamos que agentes mal-intencionados e versados em tecnologia usarão essa tecnologia emergente para seus próprios fins.
Anos atrás, fomos pioneiros no uso de modelos de IA em pagamentos e continuamos aplicando a tecnologia como uma força para o bem, usando mais de 60 funcionalidades baseadas em IA para habilitar pagamentos mais rápidos para os consumidores por meio de bancos, melhorar as experiências de pagamento em momentos de indisponibilidade de sistemas bancários e talvez, o mais importante, para combater fraudes.
Quer saber mais sobre novas tendências de pagamento? Confira a publicação Global Travel Insights de Visa Business and Economic Insights.