Qualquer um, por exemplo, pode ter seu próprio negócio e comercializar produtos ou serviços em plataformas de e-commerce ou por meio de novos arranjos coletivos de mercado, como em feiras coletivas com curadoria. Se todos compram e vendem, a oferta cresce, as opções aumentam e o preço cai. Há uma preferência pela produção local, autoral e criativa. É possível ver o resgate do artesanal e o empoderamento do pequeno produtor, que luta por causas. Essa nova lógica impacta diretamente as grandes empresas e a forma como oferecem seus produtos ou serviços. Uma marca local de ketchup pode se tornar mais interessante e melhor do que aquela tradicional, que conhecemos há anos e não nos agrega mais valor.
O futuro bate à porta
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O pensamento masculino, racional, lógico e analítico sempre foi muito valorizado, mas com as questões mais prementes de sobrevivência mais ou menos resolvidas, há um despertar de consciência, no qual as pessoas começam a questionar seu estilo de vida e a forma como lidam com seu entorno. O trabalho é satisfatório? Acumular dinheiro é mais importante do que ter liberdade? Os valores femininos - aspectos instintivos, criativos e emocionais - passam a fazer mais sentido. Por isso ouvimos falar tanto em empatia, em quociente emocional, em mentoria. A era digital é multidisciplinar e exige tomadas de decisões mais rápidas e intuitivas.
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Na era industrial, o mundo seguia linear, segmentado, repetitivo e previsível. A era agora é digital, exponencial, conectada, dinâmica e imprevisível. Vivemos em velocidade acelerada, proporcionada por tecnologias não tão recentes, mas que só agora começam a ser aplicadas no dia a dia, como o caso da Inteligência Artificial e da Realidade Aumentada, que mal começaram a chegar em seu auge. Precisamos acertar e errar mais rápido, sem perder tempo – daí os lançamentos em versão ‘beta’, em constante atualização e melhoria. As startups são um excelente exemplo de exponencialidade. Começam pequenas e avançam rapidamente. De repente, explodem no mercado, trazendo um grande impacto. Essa é a grande virada: a capacidade de criar produtos e serviços de maior qualidade, cada vez mais acessíveis e que resolvem questões antes nunca pensadas. Vemos na prática acontecer a boa e velha Lei de Moore, que diz que a cada 2 anos a capacidade dobra na mesma proporção de tempo que o custo cai pela metade.
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Vivemos o melhor momento da humanidade nos últimos cem anos. Não há mais escassez de recursos ou produtos. Logo, a segurança e a longevidade aumentarão, as pessoas passarão menos horas no trabalho e terão mais tempo para a família e lazer. Ainda será necessário repensar as formas de acesso, que são muito burocratizadas e centralizadas por empresas e governos, mas o futuro se materializará com a abertura para novos negócios e novas tecnologias. Tudo poderá ser reinventado e ressignificado. Precisamos nos abrir para esse renascer, trabalhar cada vez mais de forma colaborativa e buscar por propósitos, abraçando as novas tecnologias que devem facilitar ainda mais nossas vidas.