Quando o assunto diz respeito a meios de pagamento, a afirmação já pode ser considerada uma realidade, o Brasil é sim um país desenvolvido. É o que afirma o estudo “Brasil: A transição para um mercado de meios de pagamento desenvolvido”, da Visa Performance Solutions - consultoria que ajuda clientes da Visa a entenderem cenários e panoramas de mercado por meio de análises de dados e insights das transações realizadas com cartões no País. Há vários indicadores que contribuem para essa classificação, como nível de bancarização (ou de adoção de soluções bancárias, se preferir) da população, número de cartões emitidos e aceitação por parte dos estabelecimentos comerciais.
Porém, o destaque fica para o nível de penetração de compras com cartão no consumo privado e o número de comércios que aceitam cartões para cada habitante. Com R$ 34 pagos em cartão de cada R$ 100 gastos e mais de 20 estabelecimentos comerciais a cada mil habitantes, o Brasil está em linha com países como Inglaterra, Estados Unidos e França, e já faz parte dos mercados com maturidade na indústria de pagamentos. Para que se tenha uma ideia, nos EUA, esse valor de compra com cartões é de R$ 44 a cada R$ 100 e, a cada mil habitantes, possui 25 comércios. Diferente, por exemplo, do México, que ainda apresenta características de um país em desenvolvimento, registrando R$ 15 gastos em cartão e apenas quatro estabelecimentos comerciais para cada mil pessoas.
E como tais indicativos impactam consumidores finais, bancos, comércios? A busca por eficiência. No Brasil há um grande espaço para os bancos gerenciarem de forma estruturada. Os estabelecimentos comerciais podem adotar – cada vez mais – ferramentas que facilitem o dia a dia de seus consumidores. Líderes da indústria já identificaram esse movimento e buscam fidelizar seus consumidores e gerar mais volume em seus negócios. Ainda com base no estudo da Visa, é possível listar 5 pontos que devem se tornar prioridade para bancos e credenciadores nos próximos anos, sendo eles:
1. Autorizações
Apesar de ser um tema tradicional, ganhou muita força recentemente. Comparado com países desenvolvidos, o Brasil ainda tem um índice de autorizações baixo. Há também muita variação. Pode parecer incrível, mas há diferenças de até 17 pontos percentuais entre o melhor e o pior emissor em relação a autorizações. Existem várias razões para os índices de autorizações serem menores no Brasil quando comparados a outros mercados: linhas de crédito muito baixas, produtos com restrições de uso internacional ou para compras online, entre outros. Todos esses pontos, se bem trabalhados, elevam o
índice de autorizações para padrões internacionais, mostrando que é possível ter o mesmo nível no mercado brasileiro.
2. Transações Cross-Border (compras internacionais)
A gestão de transações internacionais merece um cuidado ainda mais especial: uma pessoa que tem uma transação cross-border declinada tem maior probabilidade de cancelar seu cartão. Tendo em vista o comportamento de parcela dos portadores de cartões de grandes bancos brasileiros, um ano após tentaram uma transação além da fronteira de seu país, 93% deles continuam com seu cartão quando a transação é aprovada, enquanto apenas 56% tem a mesma atitude quando as transações são declinadas.
3. Dispersão de uso
Com mais de 4 milhões de terminais, o Brasil é um dos maiores mercados em termos de aceitação. Uma grande oportunidade é ajudar o consumidor a realizar suas compras direto no estabelecimento comercial, ao invés de ir ao caixa eletrônico sacar dinheiro para pagar em papel moeda. Vários bancos focam nessa migração, especialmente com clientes de cartão de débito. Assim, os emissores incentivam seus portadores a usarem seus cartões não somente em supermercados, mas também no restaurante, no posto de gasolina, na vendinha da esquina, até atingir máxima dispersão.