Quais fatores podem aumentar os efeitos de uma crise para o empreendedor?
Publicado em 27 de agosto de 2020
Em um momento de forte crise, é natural que, como empreendedor, você se questione sobre fatores que tornem sua empresa mais ou menos suscetível às dificuldades, e se outros empresários têm enfrentado os mesmos obstáculos que você.
Alguns estudos recentes têm procurado trazer algumas dessas respostas aos empreendedores. É o caso da 4ª edição da pesquisa “O impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios”, realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrando como fator importante o nível de escolaridade do empreendedor e algumas dificuldades encontradas. Entre os 7.403 empresários brasileiros entrevistados, aqueles com Ensino Médio ou menos têm maior dificuldade de manter a operação de modo virtual e implementar ferramentas digitais de venda.
Além disso, esses empreendedores estão situados, em maior proporção, nos municípios que sofreram mais restrições de circulação da população, seja com lockdown ou fechamento parcial.
De acordo com este estudo, os empresários menos escolarizados são mais jovens e têm maior proporção de pretos e pardos. Esses empreendedores registraram um percentual maior de interrupção temporária (44%), do que os empresários com nível superior ou mais (41%); e tiveram mais dificuldade de manter o negócio em atividade durante as medidas de isolamento social, pois a empresa só funciona presencialmente (47% contra 33% dos empreendedores com mais escolaridade).
Mídias digitais como alternativa
O uso das redes sociais também é maior entre os que possuem mais escolaridade, sendo que 51% deles já vendiam antes da pandemia com o auxílio de plataformas, aplicativos ou internet, enquanto, entre os menos escolarizados, essa taxa é de 41%.
Quando se observa apenas os empresários que vendem pela internet, aqueles com menor escolaridade utilizam mais o WhatsApp e menos Instagram, Facebook e site próprio. A maior diferença é observada no uso do Instagram, com 56% de empresários com mais escolaridade, enquanto 37% dos menos escolarizados utilizam essa plataforma.
O perfil dos empreendedores com nível médio ou menos é constituído principalmente por negócios recentes e, em sua maioria (73%), por microempreendedores individuais (MEI), com predominância de atuação no comércio (50%). Entre os mais escolarizados, a proporção de MEI é de 45%, com maior participação no setor de serviços (48%).
Para acesso ao estudo completo:
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