Na corrida para contratar e reter talentos em um mundo que, de uma hora para outra, abriu as portas a trabalhadores remotos e que, aparentemente, estão nas mais diferentes partes do mundo, entender e se adaptar às necessidades dos millennials e da geração Z do ponto de vista gerencial é mais relevante do que nunca.
Como responsável pelo RH da Visa América Latina e Caribe, estou sempre de olho no horizonte para prever futuras tendências na área de gestão de pessoas e entender como aproveitar ao máximo nosso principal ativo: nossos colaboradores. Pensando nisso, recentemente, realizei uma pesquisa sobre a geração Z e os millennials no local de trabalho para minha tese de doutorado. A pesquisa revelou insights importantes sobre como os gerentes podem se conectar com essa geração mista – que, em breve, representará a maioria dos trabalhadores – a fim de otimizar e reter talentos.
Cinco dicas para gestores
- Especialistas em foco. A capacidade de atenção não é exatamente um ponto forte dos millennials e da geração Z. Isso preocupa os gerentes, mas não deveria. Ainda que a atenção seja um problema considerando, a abundância de interrupções que enfrentamos em um ambiente de trabalho aberto com telefones que tocam sem parar, sem falar na saturação digital e na necessidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, a pesquisa revela que esse grupo de trabalhadores tem uma capacidade incrível de se adaptar e se concentrar em ambientes caóticos e cheios de distrações. Gerentes bem-sucedidos ajudam a geração Z e os millennials a priorizar suas entregas, estabelecendo prazos para mantê-los na rota traçada, designando projetos que seus profissionais considerem agradáveis e permitindo o uso de fones de ouvido com cancelamento de ruído para bloquear a periferia auditiva e outras ferramentas de adaptação.
- Trabalho significativo = comprometimento e empoderamento. Ter um trabalho significativo é um motivador intrínseco e se reflete diretamente no engajamento e na retenção de pessoal. Essas gerações valorizam a autenticidade e a cultura da empresa. Para os participantes do estudo, incluindo os líderes, engajamento e empoderamento são intercambiáveis. A geração Z e os millennials se sentem empoderados quando recebem mais responsabilidades, têm autonomia para decidir no que trabalhar (trabalho autodirigido) e podem expressar suas opiniões em um espaço seguro.
O desenvolvimento no trabalho conta muito e é um ponto que também tem contornos um pouco diferentes para essas gerações. Os millennials e a geração Z buscam aprendizado guiado por um treinador ou mentor; conversas de desenvolvimento significativas com seu líder; participação em projetos, programas de intercâmbio ou exposição a lideranças, além de microtreinamentos ou treinamentos breves, mas intensos conduzidos por instrutores ou baseados na web.