Junto e misturado: como os squads estão reinventando a forma de trabalhar
Para montar um time, você escolheria jogadores com as mesmas habilidades ou com competências diversificadas? Pela lógica da probabilidade, uma equipe com múltiplos perfis tem maiores chances de enfrentar diferentes tipos de desafios e, assim, ganhar o jogo. Pois este é justamente o espírito dos squads, um formato de trabalho que reúne grupos de profissionais de diferentes áreas e cargos visando um objetivo final.
Há dois anos, implementamos esse modelo em uma série de projetos estratégicos, o que tem provocado uma significativa transformação cultural na empresa. Um deles é o Programa Cidades do Futuro, que estimula o pagamento eletrônico nas cidades brasileiras onde ainda predomina o uso do dinheiro em papel.
À frente do Cidades do Futuro, constatei como a proposta do squads se encaixou perfeitamente ao propósito do programa. Em um país com realidades tão distintas, somente um grupo com backgrounds variados seria capaz de gerar soluções tão inovadoras. E os resultados foram mais que satisfatórios. Tanto que, após um ano, o projeto, que começou em apenas três cidades, foi expandido para 200 cidades.
Ao longo do desenvolvimento do projeto, tenho tido a oportunidade de aprender com a interação dos conhecimentos das mais variadas áreas. É interessante notar como visões e perspectivas distintas podem se complementar para enriquecer a construção de cada etapa do programa. Para se ter uma ideia, nossa equipe combina profissionais de marketing, consultoria, estratégia, relações governamentais, comunicação e relação com emissores.
Outra proposta dos squads é romper com o tradicional modelo hierarquizado, já que estimula a interação de profissionais de diversos cargos em um patamar igualitário. Como gerente, assumi o desafio de liderar um grupo que engloba vice-presidentes, diretores e gerentes. Percebo que os colaboradores que ocupam posições mais altas estão abertos a novas ideias e, ao mesmo tempo, a contribuir com sua bagagem profissional. Sem as convencionais barreiras da hierarquia, todos têm voz para expor seus pontos de vista, o que representa um enorme aprendizado pela troca mútua de experiências e compartilhamento de ideias.
A comunicação também é fundamental para o bom andamento de cada etapa, de modo que as ações estejam sincronizadas com o objetivo. Para tanto, o grupo se reúne uma vez por semana para garantir o alinhamento de metas, acompanhamento das demandas e planejamento das próximas ações. Neste segundo ano do programa temos uma leitura mais ampla dos resultados que alcançamos e dos pontos que precisamos melhorar para promover novas iniciativas. Meu desafio é manter a coesão e o engajamento da equipe, estimulando a contribuição de cada participante e colaborando para seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Em um mercado de trabalho em profunda reinvenção por conta das mudanças do mundo digital, acredito que essa nova dinâmica será cada vez mais frequente por trazer resultados inovadores de forma ágil e criativa. Não é à toa que as startups já apostam nesse modelo que busca complementar saberes de diferentes áreas e níveis de experiência em um aprendizado plural. Como em um time, é a somatória dos múltiplos talentos dos jogadores, em que todos realmente vestem a camisa, que pode levar à vitória.
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